4 de abril de 2010

Surdocegueira adquirida

Neste post podemos ler alguma informação relacionada com a surdocegueira adquirida, a qual pode ser consultada no documento apresentado no seguinte endereço:
http://www.ahimsa.org.br/centro_de_recursos/projeto_horizonte/ASPECTOS_DA_SURDOCEGUEIRA_ADQUIRIDA.pdf
O documento apresenta também alguns testemunhos de pessoas que ficaram surdocegas que vivenciam esta condição.

Impacto do surdocegueira no desenvolvimento e aprendizagem

Grande parte da informação que o ser humano recebe do mundo que o cerca, desde o momento do nascimento, (95%) chega através da visão e audição. Essa informação vai permitir-lhe interagir, comunicar, movimentar-se, realizar aprendizagens, etc.
Quem é surdocego experiencia graves problemas na comunicação, no acesso à informação e na mobilidade, embora as suas necessidades diferem muito da idade em que a surdocegueira surge, isto é, se é congénita ou adquirida (Deafblind International, 2006; Sense, 2006).
Sendo a visão e a audição capacidades essenciais à compreensão do meio envolvente, à manutenção da saúde mental e da qualidade de vida, a perca destes sentidos torna mais difícil o desenvolvimento das capacidades comunicativas e de movimentação, pelo que, na generalidade, as experiências que têm da realidade são distorcidas e fragmentadas. Como se descreve na figura 1 estas limitações dificultam o acesso à informação, à exploração do meio ambiente e têm repercussões significativas ao nível da aprendizagem, particularmente nos casos de surdocgueira congénita. ando existem simultaneamente limitações acentuadas nestes dois órgãos dos sentidos a experiência que as pessoas têm do mundo é única. Estas limitações dificultam o acesso à informação e à aprendizagem através da observação e da exploração autónoma. Estas dificuldades fazem-nos experienciar situações significativamente diferentes das pessoas que conseguem ver e ouvir sem dificuldades.

(Figura 1 Impacto da surdocegueira no desenvolvimento e aprendizagem)
Independentemente das capacidades de cada pessoa surdocega, os desafios que enfrentam são inúmeros, nomeadamente a nível da interacção com o ambiente (pessoas e objectos), do desenvolvimento da linguagem (no caso de ser surdocegueira congénita) e da movimentação autónoma.
Estas pessoas precisam de ser ajudadas a dar sentido ao mundo usando a informação sensorial de que dispõem. As pessoas que com elas interagem devem esforçar-se por tentar organizar o ambiente de uma forma que seja facilmente compreensível e ajudá-las a envolverem-se em interacções que lhes possibilitem desenvolver todo o seu potencial (Deafblind International, 2006; Sense, 2006, citado por Nunes, 2008, p.14).

Quem são as pessoas com surdocegueira

Segundo Nunes (2008, p.13-14) a surdocegueira descreve uma condição que combina acentuadas limitações visuais e auditivas em graus distintos (Deafblind International, 2006; Sense, 2006). Segundo Chen (1999) as combinações apresentadas pela criança com surdocegueira podem variar entre percas moderadas a profundas. Miles e Riggio (1999) indicam que se podem constituir quatro grupos distintos:
  • os que são surdos profundos e cegos;
  • os que são surdos com baixa visão;
  • os que têm percas auditivas e são cegos;
  • os que têm alguma visão e audição.
A existência de limitações visuais e auditivas multiplicam e intensificam o impacto de cada uma destas limitações isoladas, criando dificuldades únicas ao surdocego e desafios específicos aos profissionais que com ele trabalham.

Pode ler mais informações sobre o tema em: http://coralx.ufsm.br/revce/ceesp/2001/01/a3.htm
http://www.dmri.uevora.pt/aenee/boas_praticas/surdocegueira
http://www.ame-sp.org.br/noticias/jornal/novas/tejornal14.shtml